PARTE 4
A FRUSTRAÇÃO DO TIRANO
Enquanto estávamos em viajem, há algumas semanas dali no extremo norte do Reino de Sckharshantallas, mais especificamente na capital, os nossos problemas iam começar a piorar.
O Reino inteiro venera e se submete a tirania do mais poderoso dragão vivo conhecido, Sckhar. Por seu magnífico poder uns temem o temem e outros chegam a venerá-lo como um Deus Menor. Não é incomum durante várias viagens pelo reino, encontrar mesmo nas mais afastadas vilas ao menos um templo ao Deus Rei dos Dragões Vermelhos ou um monumento ao mais poderoso regente de todo o Reinado. Entretanto, nunca em qualquer lugar que seja se encontrará algo tão esplendido como o Palácio Shindarallur, morada principal do Rei Dragão e a maior de todas as suas (existem vários castelos e palácios dele espalhados pelo Reino). De proporções quase megalomaníacas, o imenso castelo abriga o regente, seu séqüito, toda a guarda da elite e as principais maquinas de combate do reino. Na torre mais alta há uma sacada que pode ser vista de boa parte da cidade, onde o dragão costuma fazer seus pronunciamentos. No topo desta enorme torre, há um espaço onde Sckhar pode aparecer em sua forma de dragão. Porem isso só acontece em casos muito extremos, pois é tão grande que pode, literalmente, matar de medo qualquer pessoa que o vise em seu tamanho normal.
Em Shindarallur há vários aposentos, milhares até, chegando a ter pelo menos cinco salas do trono. E, neste dia, em uma delas estava o dragão-rei reunido com seus súbitos. A sala do trono era uma câmara tão grande que permitia o Rei assumir a sua forma de dragão, mas ainda numa forma moderada, suficiente para parar o coração de um invasor com sua aparência aterradora ou para queimar um infeliz com seu sopro de chamas que ardia até os ossos, às vezes deixando nem cinzas. Era iluminada a noite por centenas de castiçais que acendiam magicamente quando tocados pela escuridão, mas pela manha era esclarecida pela forte luz do sol que refletia em escudos de coloração avermelhada que ficavam ornamentando as paredes de pedra junto a pinturas que representavam o rosto de Sckhar ou demais dragões vermelhos, e havia uma tapeçaria com a forma de uma estranha e desconhecida dragoa branca que quando o regente é indagado sobre quem seria, queima o desgraçado até a alma, mas só quando está de bom humor...