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sexta-feira, 31 de julho de 2009

A Cidade das Almas: Parte 1

Consigo me lembrar daquele dia como se fosse hoje, estávamos perdidos na rota para a cidade das almas, todos estávamos na espectativa de encontrar o tesouro mais cobiçado na terra dos homens, escondido dentro de um lugar nunca antes explorado, A cidade das almas. A brisa do mar transpassava por mim enquanto eu olhava ao horizonte, por muito tempo era capitão da Nathan II, uma fragata de guerra, muito bem armada, mas que já tinha visto dias melhores. Dois dos canhões estavam avariados, e tínhamos metade da tripulação, a outra parte havia morrido ou tinha ficado louca com as canções da feiticeira do mar. Iria completar aquela manhã exatamente 40 dias sem ver terra firme. Estávamos a pouca velocidade, tentando reparar os danos que foram causados na tempestade da noite anterior. O sol já tinha tomado seu lugar no céu, parecia um dia bonito e havia esperanças de achar terra firme a algumas horas, mas um imprevisto estaria para acontecer. De cima do mastro principal do navio um dos tripulantes gritava:
- Capitão, uma embarcação a noroeste, se aproxima em alta velocidade!
Me posicionei em tal direção e retirei a luneta da bainha
- Ca...Capitão
Antes que ele pudesse terminar de falar eu já estava gritando:
- VELAS NEGRAS! a estebordo, soltar velas, à toda velocidade!!!!!
Começava um alvoroço dentro da Nathan II, eu podia ver o medo estampado na cara dos tripulantes, não tínhamos armamento nem tripulação o suficiente para um confronto direto, mas parecia não haver outra opção. A embarcação deles começava a se aproximar cada vez mais rápido, parecia que o deus do mar estava dando velocidade aquele navio.
Olhei novamente para analisar a situação
- Merd... estão se aproximando. eu disse em voz baixa imaginando que seria nosso fim
Não mais que poucos minutos e eles já estavam perto o bastante para nos atacar, do convés eu podia ver as imensas velas negras, piratas! saqueadores miseráveis, eu via no rosto deles uma sede por sangue, estavam só esperando mais alguns metros para ficar paralelos a Nathan II. Eu estava tão vidrado na situação que não pude ouvir quando um dos tripulantes disse:
- Capitão, quais são as ordens?
Quando recobrei a conciência da realidade eu disse:
- Preparem-se para lutar.

-FOGO!!!!!
dada a ordem eles fizeram o primeiro disparo, atingindo o casco lateral da Nathan II, só tive tempo de me segurar firmemente na primeira coisa que vi, um som ensurdecedor invadia meus ouvidos, podia ver peçados de madeira voar pelos ares e pessoas morrendo. Quando consegui me levantar pude ver parte dos estragos, imediatamente ordenei o contra ataque:
- Preparem os canhões. FOGO!
As duas embarcações trocavam tiros poderosos, mas eles tinham mais poder de fogo, não havia como vencer, e para piorar eles lançavam cordas e começavam a passar para nosso navio.
Peguei minha garrucha e atirei contra um dos piratas que tinha acabado de pular no convés.Um tiro e ele caiu na água.
Outros começavam a pular e começou um combate corporal, dei mais alguns tiros mas a pólvora não foi suficiente, podia ver um deles vindo na minha direção pronto para me degolar, quando ele chegou bem próximo para me cortar com sua espada foi atingido por um tiro.
Olhei para o lado e vi um de meus fiéis amigos, Cardorian acabava de salvar minha vida. Mal tive tempo de agradecer e quando olhei para o lado vi um dos canhões apontado em minha direção. Não houve tempo de reação, o que consegui fazer foi me atirar pelas escadas para dentro da cabine de enfermaria. Não adiantou, eu pude sentir uma extrema dor antes de meu ouvido direito ficar surdo e eu desmaiar.
Continua....
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