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quarta-feira, 5 de junho de 2013

Romance: Batalhas do Novo Mundo - Cap. 04

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Livro 1 - Conspiração
Arco I - Vilarejo de Koonji
Cap. 04 - Segredos

Orla das Florestas Vermelhas, quinta hora do breu.
O grupo seguia em direção à fazenda do conde Brins. Jacques estava carregando o corpo do conde Sethof, ao lado a esposa chorava enquanto Vëon tentava acalma-la. Na frente iam Gwenh e Morn, o meio orc carregava o corpo do monstro nos ombros enquanto reclamava de Vëon:
-Você não precisava ter fritado todo o corpo deste animal. Eu poderia fazer um belo casaco branco com esse pelo.
-Por favor, temos assuntos mais importantes que um casaco para resolver -respondeu o gênio- E por que, em nome de Wynna, você esta carregando essa fera?
-Essa é fácil feiticeiro, nos temos que levar o corpo como prova de que completamos o trabalho. -falou o orc.
Ao lado, Gwenh permanecia em silêncio. O elfo sabia que aquilo não estava bem resolvido, e uma rápida troca de olhares com Vëon mostrou que o gênio pensava da mesma forma.
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Mansão do conde Brins, sexta hora do breu.
Todos estavam reunidos na sala de reunião. Jacques tentava acalmar a Sra. Sethof enquanto alguns empregados tentavam cuidar do ferimento de Morn. Próximo à lareira estava o conde Brins parado, olhando para o corpo falecido do amigo.
Gwenh estava sentado na janela, olhando em direção à floresta, quando Vëon se aproximou:
-O que você encontrou dentro da floresta? -perguntou o gênio.
-Não tive muito tempo, fui para lá no momento em que vocês saíram da taverna. -respondeu o elfo sem retirar os olhos da floresta- Mas no pouco que andei antes de ouvir o barulho do ataque, encontrei algumas pegadas de botas humanas e algumas marcas de fogueiras. Também encontrei uma toca de lobos, onde deveria ter no mínimo quatro animais.
Neste momento eles foram interrompidos pela voz de Morn:
-Ei conde, lá fora esta o corpo do monstro que estava atacando seu vilarejo. Podemos começar a negociar o pagamento?
-Assim sim, vamos ver isso. -respondeu o conde de maneira atrapalhada.
-Senhor conde. -disse Gwenh enquanto saltava da janela- Tenho a impressão de que o senhor esta nos evitando desde que chegamos aqui. Assim como desconfio que o senhor saiba mais do que fala.
Um silêncio nervoso tomou conta do local. Ao longe um urro de um lobo fez todos se sobressaltarem.
-Isso confirma minha teoria, certo conde? -falou de maneira irônica o elfo.
-Eles precisam saber Marcus -falou a Sra. Sethof- Eles já estão envolvidos, e a morte do Renoar só serviu para confirmar nossos medos. Você não viu o tamanho daquela fera. Renoar tinha certeza que isso era obra deles.
-Deles? -perguntou o orc se levantando da cadeira e empurrando alguns médicos- Acho que o senhor não contou algumas coisas, e pelo visto coisas que teriam evitado a morte do Sithof.
O conde olhou novamente o corpo do amigo como se esperasse uma opinião dele. Um novo barulho veio das florestas, porém desta vez era um grito humano. Vëon se aproximou do conde e disse:
-Eles já estão agindo. Se o senhor não começar a falar, nós teremos que ir embora. Isso tem algo a ver com o fato de que apenas os fazendeiros foram atacados?
-Ok -respondeu o derrotado conde- vou lhes contar toda a historia do nosso vilarejo...
Novamente um urro vindo da floresta.
"... há muitos anos, quando Megalokk ainda governava o panteão dos deuses e as feras dominavam o mundo, nosso vilarejo era protegido por um culto que venerava os monstros do deus Megalokk. Eles defendiam que humanos e monstros podiam dividir seus poderes em busca de um poder maior. Muitos moradores foram sacrificados nos experimentos em busca desta criatura perfeita. Mas eles eram poderosos e defendiam o vilarejo contra ataques de monstros e até mesmo saqueadores.
Mas então veio o dia da justiça, e Khalmyr assumiu o controle do panteão e trouxe consigo a ordem e a justiça. Todos os monstros de Megalokk foram destruídos pelo poder dos paladinos sagrados, e seus adoradores punidos. Nós ficamos com medo que o vilarejo fosse condenado como seguidores de Megalokk, então eu e os demais fazendeiros decidimos trair o culto e entrega-los para o julgamento de Khalmyr. Chamamos os paladinos e alegamos que tínhamos sido obrigados a compactuar com o culto durante os anos. Então eles foram caçados e destruídos.
Quando os ataques começaram, pensávamos que se tratava apenas de um lobo ou algum troll que desceu das Sanguinárias. Porém os ataques ficaram apenas centralizados nos fazendeiros, e conforme aconteciam maior ficava o monstro que nos atacava, e então a carta de vocês chegou.
Até a última noite nós apenas desconfiávamos principalmente Renoar. Ele já havia entrado na floresta em busca de pistas, e disse ter encontrado vestígios de humanos dentro da floresta. Quando soubemos que a fera havia tentado invadir a casa de Renoar, apenas aumentou nossa certeza.
Após terminar, o conde se ajoelhou ao lado do amigo morto e começou a chorar, se desculpando e sendo consolado pela viúva.
Jacques foi o primeiro a falar:
-Isso pode ser maior do que eu aguento.
-Todos nós jovem ladino -falou Morn- Um culto de adoração a monstros. A julgar pelo tamanho daquele lobo, eles estão bem próximos de conseguir seu objetivo.
-Você falou em uma toca de quatro lobos -disse Vëon para Gwenh- Se considerarmos que todos estão vivos, eles ainda têm três espécimes para tentar.
-Você consegue encontrar essa toca novamente? - perguntou Morn
-Consigo, ela fica na entrada das Sanguinárias -respondeu Gwenh- saindo daqui não levaremos nem uma hora.
-Ótimo, então iremos acabar com isso - respondeu Vëon, e virando-se para Jacques- Eu entenderei se não quiser ir, saiba que ninguém ira o recriminar.
-Eu irei -respondeu o ladino- Espero que Hynnin me role bons dados.
-Assim que se fala jovem humano -falou Morn com uma risada- Iremos todos, e antes que o primeiro sol apareça, traremos a cabeça de todos eles.
E assim o grupo seguiu em direção as florestas vermelhas. O conde não conseguia acreditar que um grupo tão confiante poderia ter vindo para ajudá-los, isso deveria ser obra de Khalmyr. Eles seriam vitoriosos.
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Florestas Vermelhas, quinta hora do breu.
Aparentemente a fêmea havia sido derrotada. Mas tudo bem, como o líder disse, ela era apenas um fracasso. Normalmente fêmeas são. Mas ainda tinha os dois filhotes e um adulto, todos eles machos. Por algum motivo o líder mandou usar apenas os filhotes. E matou o adulto, deixando o corpo para apodrecer em cima de uma pedra.
Mas o mestre é sábio, ele conversa com Megalokk pai de todo o mal, ele sabe o que esta fazendo, vai ser o fim deste vilarejo.

Continua...
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