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segunda-feira, 4 de novembro de 2013

Conto: Golem de Metal contra Titã (Parte 2 de 2)


GOLEM CONTRA TITÃ - PARTE 2 DE 2 

Maximus, o golem, se aproximou da torre, a primeira barreira era uma proteção mágica contra seres vivos, ou seres mortais, ou alguma baboseira desse tipo. Uma pequena faísca surgiu nos pés de Maximus enquanto ele passava tranquilamente. 
A segunda barreira era muito mais complicada, não era uma barreira de fato, era uma porta dupla de metal com 10 metros de altura. Tauron usava essa entrada quando queria visitar seu filho, mas uma simples porta nos padrões do deus da força poderia ser um grande problema para o golem. 

Maximus fez sua primeira tentativa, correu a toda velocidade e se chocou contra a porta, o estrondo pôde ser ouvido a kilômetros, a porta se mexeu um pouco, mas quando começou a empurrar seus pés não tiveram firmeza suficiente e ela se fechou. Mais algumas tentativas mostraram que aquilo seria inútil, então ele retirou suas duas espadas e as fincou com força no chão deixando apenas o cabo para fora. Tauron deve abrir essa porta com um único golpe, mas para um esforço continuado é necessário apoio, as espadas serviriam de degraus para seu objetivo. 
Maximus realizou a investida novamente, e começou a empurrar, felizmente o corpo de um golem não se cansa, então pôde aplicar toda sua força o tempo todo, um passo na primeira espada, a porta estava cedendo, outro na segunda, ele estava quase conseguindo, e... A porta se fechou com estrondo atrás dele, estava dentro. 

- Parece que ela tem um mecanismo para se fechar, por isso foi tão difícil. - pensou Maximus. Lá no fundo, ele sentiu que havia alguma coisa errada. - Deve ser só a iminência do conflito.- pensou por fim. 

Maximus estava prestes a enfrentar um titã. 
Diz a lenda que quando os deuses foram criar a vida eles "errarram a mão", criaram seres gigantescos que podiam se conectar diretamente com as forças divinas, dessa forma não precisavam temer o frio, a fome ou a noite. Mas não deu certo, parece que essas criaturas mesmo tendo tudo ainda quiseram mais e rebelaram-se contra os deuses. Sem coragem de matar seus primogênitos os deuses decidiram aprisioná-los. Um desses titãs estava naquela torre, Arquimeus o filho de Tauron. Assim como pessoas com braço decepado alegam sentir a mão coçar ou doer, Maximus sentiu um frio na barriga naquele momento. 
Sua visão de golem permitia que ele enxegasse no escuro, pôde ver que estava em um corredor cheio de curvas, era um labirinto, uma decoração de minotauro. 
Após uns dois erros Maximus chegou a uma sala retangular e se deparou com um minotauro enorme sentado em um trono de iguais proporções, ele tinha em torno de 8 metros de altura, a diferença de tamanho dos dois era a de um adulto (Arquimeus) para uma criança de 6 anos (Maximus). 


Arquimeus se vestia de acordo com os minotauros atuais (semelhante aos romanos), ao seu lado estava a imensa marreta de titã e em seu pescoço havia um colar que pareceu ouro, presente do seu pai, justamente o que Maximus viera buscar. 

- COMO OUSA ADENTRAR EM MEUS APOSENTOS MORTAL!!! - Rugiu Arquimeus. 

A tensão no estômago de Maximus piorou um pouco, e ele finalmente descobriu o que estava errado, as suas duas únicas armas ficaram do lado de fora, ele as usou de apoio e a porta se fechou antes que tivesse a chance de recuperá-las. Maximus encostou na bainha vazia uma última vez com uma vã esperança, e gritou: 

- ARQUIMEUS, O GRANDE TAURON NOS ENSINA QUE O MAIS FORTE DEVE PROTEGER O MAIS FRACO, E, EM RETRIBUIÇÃO, O MAIS FRACO DEVE SERVIR O MAIS FORTE. 

Maximus fez uma pequena pausa e continuou: 

- A QUALQUER HORA QUE VOCÊ ESTIVER CORRENDO PERIGO, PODE ME CHAMAR! EU O DEFENDEREI! MAS NESSE MOMENTO, SEJA UM BOM BEZERRO E ME DÊ ESSA JÓIA QUE ESTÁ NO SEU PESCOÇO! 

- MALDITOOO! - Rugiu Arquimeus se levantando do trono e socando com toda a força a cabeça de Maximus, o soco foi tão forte que fez o golem de quase 3 toneladas rodopiar e cair no chão. Antes que Maximus pudesse se levantar o titã já estava sobre ele acertando um poderoso chute no que seriam suas costelas, o golpe fez o golem ser arremessado vários metros. 

- QUEM É FRACO AGORA? HEIN? HEIN? CURVE-SE A MIM SUA MOSCA! - Rugiu o titã. 

Maximus se levantou lentamente, seu corpo tinha sido bastante danificado, sua cabeça foi amassada de tal forma que fez a luz de um dos seus olhos se apagar. 

- Acho que o fato de ele ser o filho do deus da força serve pra alguma coisa afinal. - pensou. - RECONHEÇO SUA FORÇA ARQUIMEUS, MAS PELO VISTO, NUNCA PARTICIPOU DE UMA BRIGA DE VERDADE. - Gritou Maximus. 

 - AINDA ZUMBINDO MOSCA? IREI ARRANCAR SUA CABEÇA PARA VER SE ESSAS BRAVATAS CONTINUARÃO! - Falou o titã e investiu novamente com um soco. 

Mas dessa vez, Maximus se defendeu com o antebraço, houve um baque surdo com a coalizão das duas forças, o golem afundou 20 centímetros no chão, mas a defesa foi efetiva. Maximus suprimiu uma gargalhada e falou: 

- EU VIVI LUTANDO EM TAVERNAS ARQUIMEUS, E GRANDALHÕES COMO VOCÊ... ATÉ SE EU ESTIVER BÊBADO EU CONSIGO DERRUBAR!!! 

Dizendo isso, Maximus acertou um soco no braço do inimigo, Arquimeus recuou um pouco mas revidou imediatamente com a outra mão, a esquerda, Maximus se esquivou facilmente do ataque e deu um chute na lateral do joelho do titã. A dor e o peso triunfaram, Arquimeus caiu ajoelhado no lado atingido, antes que o titã pudesse se levantar Maximus se agarrou na roupa do inimigo, pulou e acertou um soco em cheio no nariz do titã. 

- MUUUAAAAAHHHHHHRRRGGG!!!! - Arquimeus recou gritando até o trono com as mãos no nariz, mas não foi possível esconder o abundante filete de sangue roxo que escorria pelo ferimento. 
- Ahhhh, filho da tormenta! Eu vou te matar, eu vou te matar - Murmurava consigo Arquimeus enquanto pegava a marreta dos titãs. 

Limpou o sangue na sua veste e investiu contra o golem, o golpe lateral da marreta atingiu Maximus arremessando-o contra a parede do labirinto, a parede não suportou o impacto e desabou com um estrondo. O golem caiu sentado na outra parede do corredor. Uma das suas pernas entortou complemente, estava inútil. 

- IMPLORE PELA SUA EXISTÊNCIA MOSCA! - Falou o titã passando pela fenda. Levantou a marreta e disse: 
- CUSPA SUAS ÚLTIMAS PALAVRAS INSETO! 

Maximus colocou a mão nos colares de bola de fogo e os arrancou todos de uma vez, as bolinhas quicaram no chão com um estalido suave. 

- KABUM! - Falou Maximus apertando com força as 9 ou 10 bolinhas que sobraram em sua mão. Uma luz intensa apareceu, e em seguida... A explosão. 

A magia mais destrutiva de Arton se chama mata-dragão, diz a lenda que essa magia destrói o dragão e a montanha que estava atrás dele. Um mata-dragão equivale a aproximadamente 40 bolas de fogo. Maximus naquele momento tinha 10 colares, cada um com 9 bolinhas, 90 bolas de fogo! O dobro de um mata-dragão! 
No meio da destruição Maximus arrastava o martelo, suas armas e o novo colar. 

-Acho que terei problemas com um certo deus. - pensou por fim.

Conto produzido por Frederico Silva (Nick: Vultor, E-mail: fredvultor@gmail.com)
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3 comentários:

  1. Massa D+! Adorei a parte em que o golem chama o Arquimeus de fraco e pede o colar! Que cara tiradinho hein! huhuhu ^^

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  2. que senso d ehumor tem esse maximus....kkkk

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