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terça-feira, 4 de agosto de 2009

A Cidade das Almas: Parte 2


... Quando acordei estava extremamente dolorido, pendurado pela sorte sob os destroços de um navio, com certeza da Nathan II. Tive sorte de permanecer vivo, não havia ondas fortes e só consegui permanecer acordado por dois minutos e desmaiei novamente. Devo ter boiado no mar por horas até chegar às margens. No fundo do meu inconsciente eu podia ouvir vozes, parecia de duas pessoas conversando, derrepente acordei quando senti que alguém havia me tocado, virando meu corpo de barriga para cima.
Abri os olhos e vi um ser estranho, tinha metade do corpo Homem e metade Cavalo, ainda que eu achasse aquilo bizarro eu não tinha forças para me mover, estava extremamente sujo e sentia meus ossos doerem, devia ter quebrado algumas costelas. Percebi que meu ouvido direito estava surdo, mas pude ouvir quando outra pessoa disse:
- Vamos deixá-lo Chan, ele é um forasteiro, e pelo visto já era. Cuspindo em seguida
O que estava à minha frente tinha um arco traçado sob o peito e tinha um grande porte físico, cabelos longos e marrons, e então o respondeu:
- Não, vamos levá-lo para aldeia, o Ancião saberá o que fazer com ele.
Eu mal tinha forças para mover o dedo da mão, mas minha vontade era de tentar fugir daquelas coisas, nunca havia visto criaturas assim antes, talvez já tivesse ouvido falar em livros de histórias fantásticas. O mais forte deles me pegou para me carregar, não aguentei ficar com os olhos abertos e desmaiei novamente. Acordei deitado sob uma cama de palha e madeira, num lugar que talvez pudesse chamar de quarto, uma cabana talvez, vestido com tecidos que nunca havia visto iguais. Tentei me levantar mas uma dor destruidora não me deixava.
- Droga, onde estou? - eu pensava alto com muita dor de cabeça
Sentia dor em todo o corpo e no ouvido direito
Ouvi galopadas adentrando no recinto e me deparei com uma daquelas criaturas novamente.
- Me deixe sair daqui! O que querem de mim? O que são vocês?
Com uma voz passiva ele respondeu:
- Tenha calma viajante, não vou lhe fazer mal algum, me chamo Chan, diga-me seu nome!
Ainda com um ar de desconfiança eu disse:
- Arthos, meu nome é Arthos.
- Não entendo o seu medo, parece nunca ter visto Centauros antes.
- Centauros? perguntei sem entender nada do que ele dizia
- De onde você vem? Não há Centauros lá?
- Venho da cidade portuária de Thangarth's, antiga base naval da tropa.
- Nunca ouvi falar, mas, de qualquer forma seja bem vindo a nossa aldeia, descanse e se alimente, quando estiver melhor o levarei para ver o Ancião.
- Espere, tenho mais perguntas
- O Ancião as responderá - ele continuava andando sem parecer se importar com minhas dúvidas
- Ah, e a propósito, como veio parar aqui, Arthos?
- Eu e minha tripulação em alto mar estávamos a caminho de um lugar chamado "Cidade das Almas" , encontramos um mapa cheio de enigmas. Dizem que esta Cidade esconde tesouros dos mais variados tipos, mas Almas de antigos guerreiros protegem suas dependências, nós nunca acreditamos nessas histórias de fantasmas, mas o dinheiro nos interessa e muito. Depois de alguns dias de viagem, em uma noite de tempestade forte e insistente, nos perdemos. Trovões atingiram nosso navio e quase viramos, a última coisa que lembro foi de ter visto um clarão e alguns minutos depois estávamos em um mar sem tempestade alguma, parecia que tínhamos sido teleportados para outro lugar ou coisa parecida, desde então encontramos criaturas estranhas e alguns dos meus homens até chegaram a se jogar do navio por um tipo de encanto de uma bruxa no mar.
- Entendo. descanse e depois conversaremos.

Depois disso a criatura que se entitulava "Chan" se retirou do aposento, enquanto ele saia eu pude notar que o outro que estava com ele quando me encontraram ficou parado me encarando do outro lado da cabana.

Continua...
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