Geralmente os mundos de RPG estão recheados dessas pessoas peculiares, você entra em uma taverna e lá estão vários deles, vai a um ferreiro e muitos outros estão lá, será que existem aventuras suficientes para essa horda de aventureiros em seu mundo? E será que existe essa quantidade de pessoas com coragem suficiente para tornarem-se aventureiro?
O que quero mostrar com esta matéria é: se uma aventura de RPG tem como foco alguns personagens é porque eles são únicos e suas histórias estão sendo contadas em algum momento (neste caso pelo mestre).
O que levaria uma pessoa comum a tornar-se aventureiro?
Será que um camponês que tem sua fazenda e seu sustento no final do mês desejaria sair pelo mundo selvagem atrás de riquezas mitológicas que ele mal tem certeza se realmente existem, ou seria mais cômodo continuar plantando e colhendo em seu meio de vida pacata e segura (até onde seu estado lhe garante segurança).
Indiana Jones pode ser considerado um aventureiro, porém um explorador de Dungeons atrás de artefatos perdidos. Porém ele não está ali a ermo simplesmente em busca de um mapa que lhe indique a mina do tesouro. Seu estado aventureiro se baseia em uma série de estudo que o levam a um destino único, ele sabe o que busca.
Robbin Hood é outro aventureiro, porém considerado um bandoleiro pelas autoridades. Seu espírito de aventura e justiça o fazem um caçador de recompensas, um oportunista e um ladrão de estradas.
Vamos imaginar um mundo medieval, onde os lords tem armas, o exército tem armas e os nobres tem exércitos. O que um simples cidadão armado seria considerado nestas cidades? Um herói ou um bandoleiro?
Desta forma quando colocamos aventureiros NPC´s em nossas aventuras devemos pensar primeiramente o que levou esta pessoa a uma vida incerta. Construir uma base, uma personalidade e como ele é visto pelo resto das pessoas a sua volta.
Já joguei muitas aventuras onde os aventureiros são recebidos por reis, muito bem recebidos por nobres e comandantes de exército. Mas se pararmos para pensar, será que isso ocorreria realmente. Afinal, uma pessoa armada dentro de uma cidade será vigiada pelas autoridades e não acolhida pelos mesmos. As autoridades jamais colocariam seus problemas nas mãos de mercenários, afinal o exército serve para que?
Então eu sempre me pergunto: será que os mundos de fantasia estão repletos de aventureiros heróicos que ajudam os necessitados matando monstros e entrando em cavernas profundas para ganhar uns trocados ou eles são apenas uma classe de desfavorecidos que encontrou em um objetivo ou uma oportunidade de ganhar a vida e fama arriscando sua própria vida.
Neste ponto podemos até traçar o perfil destas pessoas: São jovens, desfavorecidos e sem nenhuma esperança de melhoria em sua vida atual, com espírito aventureiro ou depressivo e algumas vezes com uma pitada de ingenuidade ou sede de vingança.
Outro fator que pode levar alguém a vida de aventura é a sensação de clausura e o idealismo em tornar o mundo a sua volta algo melhor. Porém apenas tais sentimentos podem ser rapidamente suprimidos por família, medo e ansiedade e é muito raro alguém tornar-se aventureiro sustentado apenas com estes sentimentos. Um último fator é a liderança. Alguém com um forte ideal e um poder de liderança e persuasão alto conseguirá arrebatar seguidores que tornaram o ideal deste líder o seu próprio ideal.
Sendo assim na hora de criar seu personagem ou seu NPC pense em sua história, o que levou aquela pessoa a vagar por uma imensidão de um mundo desconhecido, arriscando a própria vida, quebrando sentimentos humanos como o medo do desconhecido, a solidão de vagar por locais onde não terá rostos amigos e familiares a sua volta e a saudade de sua família.
Agora se você é mestre, na hora de introduzir grupos de aventureiros em suas aventuras pense com cuidado. Quem são eles, o que querem, será que é tão fácil encontrar aventureiros assim?
Se pararmos para pensar em condições reais, poucos são os sobreviventes de uma empreitada como essa. Adversidades como animais selvagens (monstros), doenças, fome e sede, clima, falta de senso de direção (pessoas perdidas) selecionarão estas pessoas e as tornarão uma espécie rara e quem sabe cara para se contratar seus serviços. E provavelmente alguém só contratará os serviços de um mercenário quando não há mais esperança nas autoridades e o desespero bate a sua porta.
É difícil de pensarmos assim, afinal, estamos acostumados a mundos repletos de aventureiros e serviços que não acabam mais para estas pessoas. Mas se tentarmos levar estas condições a fatores reais veremos que esta classe seria quase uma raridade em meio a uma população medieval. Então antes de criar seu aventureiro, pare, pense e de a ele motivos reais para se aventurar.
Fonte: Esta Matéria foi adaptada, a matéria original está em http://www.ogoblin.com.br/
"Afinal, uma pessoa armada dentro de uma cidade será vigiada pelas autoridades e não acolhida pelos mesmos. "
ResponderExcluirEssa foi a parte que mais me chamou a atenção. Justamente pq existe uma "temática" de RPG que aborda fantasia medieval, mas com estes elementos mais negros e menos "purpurina".
Se não me engano é chamada de Dark Fantasy... e nela vc não vai achar facilmente um rei bondoso, com servos bondosos, uma filha bonita, e um mago concelheiro bonzinho.
è bom sempre lembrar, que muitas campanhas, os heróis são muito bem recebidos, por muitos nobre e talz.
ResponderExcluirMas, o interessante desta matéria, é que mostra o que deveria ser a realidade.
Realmente, um rei com um imenso exército, por qual motivo, iria contratar mercenários!?
Por que as autoridades os aolhem tão bem?
E etc..
Tipo... Tenso kkk Mas a matéria me fez pensar... O lance dos motivos do personagem e do "rei bonzinho" é verdade
ResponderExcluirSão essas matérias que incrementam o nosso RPG e os tornam mais do que simples pancadaria, fazendo eles se tornarem verdadeiros desenrolares de histórias interessantes que prendem os jogadores e traz muita diversão.
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