Calma! Eu tenho uma poção!
Eu tenho que confessar que eu sinto um pouco de saudade das minhas primeiras sessões de RPG.
Era uma loucura. Os personagens se ferrando e fazendo besteira,
tentando sobreviver a todo custo. Custo que geralmente se referia a
própria vida, já que na época do Ad&d era assim pra mim, aventureiro bom de verdade vivia na pindaíba mesmo.
Essas duas coisas faziam uma certa situação se repetir com bastante
frequência: viver achando itens mágicos e continuar sendo pobre demais
para identificá-los.
Era mais ou menos assim:
Mestre: Vocês estão andando por um dos túneis e acham uma barril, com umas roupas sujas, uns pedações de madeira, uns lixos à toa.
Jogador: Eu vou virar o barril e ver o que tem dentro!
Mestre: OK, você revira tudo e só tem lixo mesmo, a não ser por dois frascos no fundo.
Um com uma cor verde musgo, e outro com uma cor azul claro.
Um com uma cor verde musgo, e outro com uma cor azul claro.
Jogador: Duas poções? São mágicas?
Mestre: Você não consegue identificar, você não sabe.
Pronto, é agora que aquela porcaria nunca mais sai da sua mochila.
Você estava aí, vivendo tranquilo, quando de repente acha um frasco,
que você não faz idéia à quem pertencia, com aparência estranha mas que
estava dentro de uma dungeon, então deve ser um tesouro.
Afinal, tá dentro de uma garrafa, se não fosse valioso ninguém tinha guardado, não é? Aí você, o ser mais ganancioso da face da Terra (ou seja lá qual cenário era), guarda aquilo pra sempre. Ou quase sempre…
Vai surgir aquele momento, pelo qual todo rpgista de
fim de semana já passou. Momento em que tudo está perdido. Tá todo
mundo morrendo, todas as magias de cura acabaram, as magias de ataque
também. Os magos já saíram correndo, mas não antes dos ladrões que
ninguém vê já fazem umas quatro rodadas, o guerreiro prendendo o inimigo
na sua frente já está fazendo as contas e rezando para que o monstro
erre os próximos ataques. O mestre vira para você e pergunta “O que você vai fazer?”. Você pega a sua ficha e começa a ler ela inteira, do nome do personagem à mancha de refrigerante no rodapé na parte de trás.
Você não tem mais esperança. Suas habilidades e equipamentos não vão
servir pra mais nada agora e você só pode contar com a sorte da
aleatoridade. Você tem duas opções…
Ou melhor duas poções…
Uma verde e uma azul.
Poção aleatória: azul
O que uma poção azul poderia fazer?
Você tem ela na mochila a várias sessões e se esqueceu de identificar.
Numa situação onde em mais duas rodadas ninguém mais vai lembrar que
você existia até achar suas coisas jogadas entre ossos velhos, você
resolve tomar a poção:
– Ela tem uma aparência de água, mas um pouco azulada. O cheiro é
suave, quase um perfume. A melhor parte é o gosto, talvez seja a melhor
coisa que você já bebeu na vida. Uma boa coisa já que talvez seja a
última coisa que você vá beber mesmo. Você espera alguns segundos e não
acontece absolutamente nada.
O guerreiro que estava prendendo o monstro morre na sua frente. Do seu grupo de seis pessoas só sobra você.
O monstro se aproxima, solta um rugido e vem na sua direção, mas para
antes de te pisotear. Agarra você com uma mão e com a outra arranca as
suas armas que vão voar longe. Ele te prende e te leva embora.
A sessão acaba e o mestre diz: “OK, eu não sei como descrever
isso então eu vou contar. Você bebeu uma poção de carisma. Você tem até a
próxima sessão para tentar pensar no que você vai fazer enquanto o
monstro te leva de refém”.
Isso é nada menos que um milagre! Ainda bem que não tomou essa poção quando encontrou ela por aí!
Poção aleatória: verde
O que uma poção verde poderia fazer?
Você tem ela na mochila a várias sessões e se esqueceu de identificar.
Numa situação onde em mais duas rodadas ninguém mais vai lembrar que
você existia até achar suas coisas jogadas entre ossos velhos, você
resolve tomar a poção:
- Ela tem uma aparência horrível e o cheiro não é dos bons. A cor
verde escura e a aparência viscosa, mais parece piche. Você tampa o
nariz e engole de uma vez só. Você sente como se estivesse engolindo um
suco de fezes de goblin. Você espera por alguns segundos, e quando
finalmente o monstro mata todos os outros membros do seu grupo o efeito
da poção começa. Você começa a regurgitar até o que nem lembrava que
havia comido e a perder em torno de dois pontos de vida por rodada.
A parte boa é que isso não dura muito, pois o mestre do jogo rola o ataque e o monstro acerta. Ele pergunta: “Preciso rolar o dano?”.
Dane-se! Você nem gostava daquele personagem mesmo. Devia ter bebido a poção quando achou!
FONTE: http://www.worldrpgfest.com.br/
Era assim mesmo!!! hehehe
ResponderExcluirSorte minha que era bom no Uni doni tê!
ResponderExcluirKKKKKKKKKKKKKKK'
ResponderExcluirEra muito bom as primeiras sessões de RPG, inesquecíveis!